Há assuntos tabú, aqueles que sempre nos atingem como uma lança afilada. Os conceitos, os topônimos, os apelidos, sempre nos querem enquadrar num grupo determinado, principalmente porque quando se é estrangeiro, necessita um nome que generalize a sua condiçao que te predetermine... Uma delas é sudaca. A real academia española de letras considera sudaca, persona de origen suramericana, de forma despectiva. Sim, despectiva. Quando se pergunta a um amigo espanhol, te dirá, 'tu no claro, son los ecuatorianos o peruanos'...Bueno, depois entre as 'brincadeiras de vida' de mau gosto, te chamarao de sudaca, 'tu sudaca'... como me disse uma amiga menorquina que por certo está casada com um mexicano... e depois dirao 'nao, sudaca son los argentinos, porque dicen una cosa y hacen otras'...daí vem a dúvida, Quem sao os sudacas por certo? O ingleses têm os sudacas deles, seres que consideram inferiores por nao formarem parte do conceito 'branco, anglicano e britânico de pura cepa'... os pakis, indianos que chamam assim para ofender... Aos árabes de Marrocos aqui chamam de Moros, pela cor de pele, mas com uma conotaçao de negro, estrangeiro, persona non grata... Isso me faz lembrar um amigo que chamávamos em Santiago de tchè negrao, e que uma vez me disse que lhe ofendia ser chamado assim, até porque chamar alguem de negro é ofensivo, vem de toda a história de quando os pretos eram considerados nao-humanos, eram escravos... e vi que realmente quando dizia isso poderia estar implícito um racismo escondido, como nós os brancos ele o negro, o preto o mulato escravo... Quando sentes o racismo, há duas açoes a pensar, responder de forma agressiva ou reflexionas no quao ignorante podemos chegar a ser por desconhecimento, desinformaçao ou pouca inlegência ou falta de empatia ou de sentido comum... Chamar afro-brasileiro ou qualquer coisa do gênero nao deixa de ser racista, por esconder a idéia que ainda queremos separar-nos por conceitos de melanina, constituiçao física ou traços faciais... Para finalizar, me lembro do filme Guess who's coming to dinner, com Sidney Poitier, quando em meio a um casamento mixto de raças diz: ¡Tu pai, te ves como um homem negro, eu me vejo só como um homem! Algum dia espero nos veremos como pessoas, nada mais, sem conotaçoes de cor, procedência ou berço...J'èspere.
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