viernes, 21 de noviembre de 2008

Os neologismos do pampa


Tinha um grande amigo de infância que sempre inventava palavras novas... Dizia que uma situaçao era crua, quando difícil, complicada. Também dizia batatiar, no sentido de fazer sexo... Tínhamos o banana, o betera, o lagartixa, o burro branco, mas também tínhamos nomes normais, o Luis Roberto... O banana quando se emborrachava ficava brigao, era magrinho, baixinho, meio louro, mas se invocava e claro lhe passavam o laço, como dizem na minha terra... O betera, era um guri bom, às vezes era vítima das maldades infantis, mas era impassível, nao se percatava, nao se preocupava... Depois tinha o popô, tb baixinho, era vítima das gozaçoes do banana... Era meio guarapa, sempre gozando de todos, mas ao mesmo tempo sempre o colocávamos em situaçoes embaraçosas... Ao lado de casa se faziam as reunioes, e passou de tudo nessa infància, club verde, jogos de voley e futebol, caças nas vilas das redondezas, brigas, (poucas e em geral porque éramos um grupo cheio de idéias e isso gerava conflito com as outras crianças)... os acampamentos sempre se passava frio, bebiamos escondidos, até churrascos com carne sapecada saía... Eu fui gozado tb de todas formas, cremogema ou fala fina (pela voz), etiópia ( porque era muito magro) ou até no colégio de nao decora boemo (pelos mais lentos da classe)... Sim tudo valia, a infância é um experimento, uma arte de ter amigos e de se fazerem amigos de verdade... Hoje, mais de 20 anos depois, às vezes me lembro muito deles, todos ainda somos amigos, o que se deve dizer que pouca gente que conheço tem ainda um grupo da infância... Sinto saudade às vezes das tardes nas paineiras, da guerra dos mosqueteiros, das guerras de pedras, dos jogos de futebol cheio de barro em pleno inverno, dos gordos, dos magros, dos que morreram, dos que cresceram... O banana se foi prá POA, o popô se foi pelos estates a encher o saco de alguem mais, o lagarto, como o apelido, se escondeu nas árvores. o burro mora quase no mesmo lugar, representa o símbolo de tantos anos inmutáveis de amizade, depois tem o gonga, que nao tinha falado, era quase um irmao, sendo mais fácil encontrar em casa dos meus pais que na própria, também chamado da lua pelo jeito autista que tinha... hoje serve a naçao, lá no norte, no pantanal... Fomos como o menino maluquinho, capetas, sapecas até uma idade bastante adulta, e isso nos fez de verdades as boas pessoas que creio que somos...

No hay comentarios: