viernes, 24 de junio de 2011

Wilders e a liberdade de expressao

Liberdade de expressao. Uma palavra bela, mas curiosamente mal usada. Desde o pensamento de Descartes quando afirmava que 'posso nao concordar contigo, mas defenderei a sua capacidade de pronunciar-la' muitas aguas passaram e hoje sabemos que tal frase criou uma quimera de pensamento utópico. O caso Wilders, político xenófobo (outro eufemismo amplamente usado aos extra-comunitários ou filhos destes nascidos em território europeu) que acometeu contra os supostos 'perigos' do islao contra europa, cria material para novos enfrentamentos verbais, é um exemplo claro. Há uma linha têneu e imperceptível feita entre o que pode ser dito em público como pessoa pública e traz consequências esmagadouras e o que realmente significa ser livre em pensamento. A liberdade de expressao foi um conceito introduzido pelos ilustradores, Descartes ou Montesquieu, numa sociedade unificada e igual, tanto etnicamente como religiosamente e buscava através da ciência, estabelecer marcos de atuaçao livre dos propósitos dogmáticos religiosos. Talvez isso aclare a situaçao irônica dentro de um contexto multiétnico. A liberdade de expressao dificilmente acede ao sonho kantiano de imperativo categórico pela razao de cada sociedade tem os seus limites de liberdade de expressao e de pensamento. E há um fator importante, talvez o maior de todos na liberdade de expressao, que falha em Wilders, se estamos a dizer que o islao, como religiao, é um perigo real à Europa, aonde estao as provas científicas de tal agravo? Senao entramos na pura difamaçao, um ato que retira a dignidade das pessoas e a honra das mesmas. Assim a liberdade de expressao deve ser provada para nao entrar na calúnia ignorante e pedante, exercida por muitos políticos da extrema direita para criar medo e ressentimento alheio...

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