sábado, 25 de junio de 2011

O trote...

Quando passei no vestibular me raparam a cabeça. Me lembro que foi um colega que também tinha aprovado no mesmo. Nao gostei da brincadeira, nao vamos a mentir, mas fazia parte daquele grupo e das suas 'obrigaçoes de calouro' os bichos. Os rituais de passo podem ser mais agressivos ainda. Na veterinária a fama era gigantesca. Dizia as lendas urbanas que faziam os 'bichos' coisas impossíveis, como rolar-se na pocilga e outras gauchadas. Nos EUA, as comunidades universitárias pedem verdadeiros esforços sobre-humanos para a adesao dos novos alunos na universidade, alguns como tentativas sexuais ou humilhaçoes psicológicas transcendentes. Ontem mesmo num documental televisivo mostravam até casos de morte e constantes casos de assédio por parte dos 'veteranos', estudantes em geral um pouco mais velhos. O rito de passo sempre representa uma dor, uma mudança de estágio. Os guerreiros espartanos saiam da casa, o kléros, e se transladavam a um ginásio, para se tornarem verdadeiros guerreiros. Hoje tristemente os ritos sao um resto dessa história, representam uma entreda direta em vícios (bebidas, algo que me levou alguns anos em dissociar da universidade) e carreiras de sexo ou outras drogas. Muitas universidades americanas estao seriamente pensando em acabar com as congregaçoes que intimam os alunos a perder a sua própria identidade pela simples razao de pertencer a uma comunidade. Na minha época, os jóvens levavam trotes inocentes e sem repercussao emocional intensa. Hoje a perda de valores básicos às vezes pode provocar mortes, um triste fim à juventude.

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