lunes, 13 de junio de 2011

O fim do simbolismo abstrato na Arte...


Benedetto Croce estabeleceu que a arte poética necessita da intuiçao artística, que distinta à intuiçao racional, funciona de uma forma holística, compreende o todo, arte e razao. O novo filme de Manuel de Oliveira, O estranho caso de Angélica, representa toda essa interpretaçao da arte simbólica, uma metáfora da vida, o uso de imágens que se estabelecem como personagens e a morte que se estabelece como um continuum com a vida. Há outros toques importantes do simbolismo, o uso de um personagem sefardí como o retrato de uma país que já nao existe, de uma vida que já nao existe(os antigos judeus que viviam em Portugal e que foram expulsados antes dos descobrimentos). Por outro lado mostra a forte presença do catolicismo e a sua liturgia, os silêncios contínuos e a fotografia como o elo de uniao vida e morte. Isaac, consternado por alucinaçoes, estabelece aquela ligaçao entre a consciência e o sonho, entre a obsessao e a arte, lago freudiano, as neuroses e a vida do escritor. Como grandes falhos do filme, se pode tomar a monotonia das tomas, a falta de diálogo em um mundo atual mais racional que necessita de mais explicaçoes, a agniçao necessária para o ator principal, uma maior densidade nos diálogos e a redençao final, o remate explicitado. O filme al final se torna irregular, por aquela parcela do sempre imprescindível Aristóteles quando diz que as obras poéticas devem usar da metáfora, sempre quando nao se perca em enigmas contínuos que acabam com o argumentos e que uma obra deve por ser mesma ser inteligível,sem necessidades de buscas incessantes, compacta e perfeita... esses talvez sao os maiores falhos de Oliveira....

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