BLACK SWAN... CISNE NEGRO DE ARONOFSKY

Brooklyn sempre tem histórias sórdidas para contar. Se com a Triologia de Nova Iorque sabemos as peripécias de um sessentao e suas comisseraçoes desumanas, em Black Swan nos devolve a sordidez da competiçao, as mazelas do nosso interior prefeccionista que nos fazem ir até as últimas consequências mentais e físicas. O personagem de Nina, uma bailarina doente e atormentada pelo poder e prestígio professional, encara esse dualismo constante do ser humano, o lado bom e primitivo, infantil e ingênuo, e o lado negro, oscuro das competiçoes que somos empurrados nas trajetórias da vida (por nós mesmos ou pela pressao dos demais), encarados com pouco coraçao, e muita guerra interpessoal e intra-pessoal. Esse constante ataque interno nos transforma, faz com que muitos amigos se transmutem em seres desconhecidos e inhumanos, em pessoas sem sentimentos quando o poder se assoma. Uma sociedade que nao perdoa os fracos e ingênuos, que os leva a transitar pelo medo psicótico à loucura do show business, ao reconhecimento e poder, mesmo que nos condene à morte física ou psíquica... Black swan representa essa traiçao a nós mesmos ou à irracionalidade pérfia que nunca quisiéramos abrir da nossa caixa de Pandora, mas que cada vez se observa com mais frequência nas altas escalas do sistema de vida atual... Um filme difícil e talvez altamente verdadeiro das nossas mutaçoes à destruiçao...